segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Minestra da Vó Zuca

Dos cheiros que tenho da infância
Um não me deixava dormir:
a minestra da Vó Zuca
Era dia de casa cheia
Era dia de brincadeira
Nos assaltos à goiabeira
Meus três irmãos
Eram dez
Tamanha a barulheira
Era dia de casa cheia
Era dia de brincadeira
Da minestra da Vó Zuca,
ao peixe na frigideira
Se sinto saudade não confesso
Só o faço através desses versos
E dos cheiros que tenho da infância
Muitos ainda não me deixam dormir:
a minestra da Vó Zuca,
a folha da goiabeira, o peixe na frigideira
Minha casa já não é tão cheia
Não há tempo pra brincadeira
Dos três irmãos
Dois, são pais de três lindas meninas
Donas da minha atenção, também do meu coração...
Quisera que elas pudessem
Provar da sopa minestra
Conhecer Vó Zuca
E todos os cheiros daquela casa em festa...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Senhor e Escravo

No tempo da calmaria
Dar vazão à tempestade
No tempo da pouca idade
Dar espaço para a inocência
No tempo do desamor
Dar jeito de ter paciência
O tempo pode ser, de uma só vez,
nosso senhor e escravo
Nos presta homenagem
Ou mesmo, um desagravo
Um minuto pode ser pouco
Ou por vezes, demasiado
Uma hora, uma eternidade
Ou por vezes, 60 minutos acelerados
Uma conversa com quem se ama
Uma piscada de olhos
Para um beijo apaixonado
É só não olhar nos relógios
É dia de bem me quer
É dia de bem querer
Quem inventou o tempo
Que trate dele correr...