terça-feira, 26 de abril de 2011

A cidade que é minha

Lembro-me dos dias frios
Embora deles não sinta saudade
Apenas do vento forte a bater em meu rosto
Do alívio do café bem quente
Da sensação de dormência nos pés
Lembro-me dos dias mais curtos e das noites mais longas
Embora disso não tenha saudade
Apenas de esquentar o corpo ao sol
Da comida caseira da minha avó
Do conforto de dormir com pesadas cobertas
Tempo de ter tempo de sentir sensações
Tempo de ter tempo de nada fazer
Esperando a próxima estação,
que chamamos Verão
Onde as noites são mais curtas e os dias mais longos
Me enchendo assim de saudade
Levada pelo balanço do mar
e pela lembrança inebriante dos que quero bem
E quando o Verão vai embora, vou-me embora também
Pois sei que essa cidade é minha, só minha e de mais ninguém...