quarta-feira, 16 de junho de 2010

Samba de uma noite só

Ele olhou pra ela
Ela nem lhe viu
Como um mestre sala, fez mil piruetas
E lhe deu passagem quase em referência
Ela fez descaso, mas o coração tremeu
E errou o passo ensaiado por dias
na quadra da escola vazia
Ele então pensou: Vou ganhar à morena...
Ela deu de ombros
E do coitado deu pena
Mas ele insistiu e ela logo sorriu
Os dois se olharam
Algo enfim se deu
Da cadência ao fato
Do aconchego ao abraço
Do cheiro no pescoço, enfim o beijo
Mas não é que a danada da morena
Cheia de cena
Tinha um outro alguém
Este apareceu
E ela, do seu mestre sala,
assim... esqueceu
Esqueceu do beijo, do abraço, do fato
A cadência perdeu o ritmo
O aconchego deu em “chega pra lá”
E tinha cheiro de briga no ar
Ele conta que a história virou samba
Samba de uma noite só
Diz que um samba assim
Tem começo, meio e fim
Toca uma vez só e de uma só vez
Pra não dar vexame no salão
E arranjar outra dona pro seu coração...